A culpa é somente dos pais?

Mãe atarefada. A culpa é somente dos pais?
Mãe atarefada

Quem nunca ouviu um professor se referir a pais ausentes – e a famílias desestruturadas – como explicativa para o baixo desempenho educacional de seus alunos? Essa é uma situação frequente, sobretudo em famílias em que a mãe é a única provedora e tenha baixa escolaridade. Mas a culpa é somente dessas mães?

Pais e desempenho educacional. Famílias de baixa renda
Famílias de baixa renda

A verdade é que vivemos em uma sociedade complexa. Muitas famílias são pobres e todos precisam batalhar para conseguir renda. No Brasil, quase um terço das mulheres é a principal responsável pelos domicílios em que vivem, segundo a PNAD-IBGE de 2019.  Tampouco é novidade que nosso nível médio de escolaridade de adultos é baixo – e isto dificilmente será mudado da noite para o dia. Nesse contexto, culpar as mães parece ser uma resposta muito simplista para o enorme desafio que todos enfrentam na educação brasileira.

A culpa é somente dos pais?. Sala de aula cheia
Sala de aula cheia

Então a culpa é dos professores, coordenadores ou diretores de escola? Antes de jogar essa pedra, precisamos também lembrar das condições de ensino. Muitos professores vivem a realidade de salários limitados, classes lotadas, jornada de trabalho dupla e um ambiente escolar que pode inclusive ser agressivo. Também, aqui, culpar os professores parece ser injusto.

Sim, o cenário é preocupante. Pode ser que a culpa seja do governo. Mas quem já passou por lá sabe que é mais fácil falar do que fazer. A máquina do Estado é pesada e difícil de operar. Para transformar a política educacional, precisamos do esforço continuado de várias administrações.

No fundo, independentemente de eventuais culpados, e em certo sentido todos somos, seria bem mais útil nos perguntarmos como mudar essa realidade com os elementos limitados que temos em mãos. Se uma determinada metodologia não funciona com essa ou aquela turma, que tal pensar em alternativas pedagógicas? Que tal olharmos para nossos próprios preconceitos e oferecer mais acolhimento para aquelas crianças que chegam na escola oriundas de circunstâncias familiares mais difíceis?

Muitos professores estão buscando esse caminho e experimentando novos métodos. Conte aqui no blog quais as suas ideias e contribuições para o ensino e o ambiente escolar. Educação se constrói de forma colaborativa: colabore você também!


Conheça os cursos Ensinar.Pro

Compartilhe:
Carrinho de compras
Rolar para cima