Educação do século XIX versus alunos do século XXI

ENGAJAMENTO É O NOME DO JOGO

O desenvolvimento de tecnologias educacionais é uma tendência em ascensão. Essa é a tese de Clayton Christensen, um dos gurus mundiais em inovação.1

Educação do século XIX versus alunos do século XXI
Educação do século XIX versus alunos do século XXI

Ao contrário de setores sacudidos pelo avanço técnico, como saúde e varejo, a educação segue sendo oferecida através do modelo concebido no século XIX. É verdade que as aulas expositivas serviram para ampliar a escolaridade mundial no último século. Mas temos agora alunos do século XXI, que acham as aulas muito chatas e os materiais didáticos ultrapassados. E eles estão sempre conectados às redes sociais, trocando informações e cavando ideias novas que desconcertam seus pais e mestres.

Para enfrentar o problema, startups do Brasil e do exterior tem se aventurado no campo buscando soluções de ensino adaptativo, gamificação de conteúdos didáticos, gestão da informação escolar e apps educativos. Por exemplo, a Artemisia, ONG dedicada à aceleração de negócios com impacto, apoiou 30 startups do setor nos últimos três anos, incluindo negócios que receberam investidores, como a Geekie e o Quadrado Mágico.2

Como sempre, empreendedores estão arriscando suas economias em projetos fascinantes e generosos, mas terão uma trajetória acidentada e mesmo dramática, como é comum no caso de empresas iniciantes. Mas além dos problemas de toda startup, na educação as dificuldades se multiplicam. Alguns dos pontos adicionais para reflexão são os seguintes:

Como superar a baixa conectividade das escolas públicas? Elas são responsáveis por mais de 80% do mercado de ensino básico, mas contam em geral laboratórios de informática pequenos, ultrapassados e com baixa conectividade. Como usar tecnologia nesse ambiente?

Como convencer o mercado do impacto educacional das soluções oferecidas? Não basta afirmar que uma dada solução tem impacto, pois o gestor educacional mais sofisticado vai demandar evidências robustas. E avaliações de impacto são complexas, caras e podem levar muito tempo.

Como gerar engajamento? Algumas soluções podem ter muito impacto quando são efetivamente utilizadas. Mas isso não é suficiente. Várias propostas não conseguem engajar professores e alunos. Professores, por exemplo, são reticentes a soluções que aumentem a sua carga de trabalho e exijam algum investimento de sua parte.

Em suma, startups em educação deve se preparar para uma jornada mais dura do que a do empreendedor convencional. Mas as oportunidades são grandes e as necessidades imensas.


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