Ensino profissional: e agora?

Não basta oferecer apenas conteúdo técnico – habilidades socioemocionais, estágios e infraestrutura adequada são igualmente essenciais. 

ensino profissional
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A reforma do ensino médio trouxe o ensino profissional para o centro do debate. E já não era sem tempo.  Afinal, trata-se de uma reivindicação antiga de especialistas e organizações do setor produtivo, que precisam cada vez mais contar com profissionais capacitados para o mundo do trabalho. 

Por força dessa reforma, redes públicas de todo o País estão introduzindo o ensino técnico na forma do chamado quinto itinerário do ensino médio. Mas não é fácil. Além das clássicas dificuldades operacionais – como definição de currículos, contratação de professores e laboratórios – existem muitas dúvidas sobre o que realmente funciona.

De um lado, questões aparentemente simples muitas vezes comprometem a participação dos alunos mais carentes – por exemplo, a carga horária elevada, as dificuldades de transporte ou a falta da merenda escolar. Por outro lado, há um número considerável de cursos que não oferecem todos os elementos necessários a uma inserção profissional efetiva. 

Além dos conteúdos técnicos, os alunos precisam das chamadas “habilidades socioemocionais” – como capacidade de trabalhar em grupo e se comunicar adequadamente – para conseguir atuar em organizações mais complexas. A experiência real do local de trabalho, na forma de estágios, contribui decisivamente para a mudança de atitude do jovem e de seu entendimento sobre o mundo do trabalho. Ainda, a oferta de cursos também precisa ser compatível com as características do setor produtivo da região em questão.

Para as redes públicas, muitas delas já assoberbadas com o ensino regular, não é simples mobilizar todos esses elementos. Com isso, em muitos locais serão oferecidos apenas cursos de menor efetividade, como auxiliar jurídico ou técnico em administração, independentemente da demanda local. E isso ocorre simplesmente pelas limitações de professores presentes nesses locais ou por falta de laboratórios.

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