Com o advento do novo Ensino Médio, a formação técnica começa finalmente a ser oferecida de maneira mais ampla para os jovens brasileiros. Diversas redes de ensino estadual – seja por meio de oferta própria, seja em parceria – têm se esforçado para expandir rapidamente o sistema. O Governo Federal lançou recentemente o edital do programa Qualifica, que permite às redes oferecer aos seus alunos vagas no ensino técnico proporcionado por organizações sociais, como as do Sistema S e de institutos federais.[1]
Mas, como em todo o processo de transformação, as dúvidas são inúmeras. A oferta ocorrerá na escola da rede ou na unidade do parceiro? Os currículos serão integrados, ou a escola de ensino técnico terá autonomia curricular? Como serão feitos os controles de matrículas, avaliação e certificação? A oferta será presencial ou remota? O que será feito com os laboratórios? E o transporte e a alimentação dos alunos? Quem será responsável pelo quê?
As redes estaduais e as organizações sociais têm mais facilidade para oferecer cursos em municípios de maior porte devido à disponibilidade de professores e à presença mais ampla de equipamentos educacionais. Já os municípios menores muitas vezes acabam por receber apenas cursos menos exigentes em termos da necessidade de profissionais e laboratórios, como é o caso do eixo tecnológico de administração.
Neste ambiente, a formação dos professores para o ensino técnico é uma questão crítica, mas frequentemente negligenciada. Em geral, são profissionais contratados temporariamente, com outra ocupação no setor privado – o que, em si, é um fator positivo, pois agrega experiência atualizada e coloca o jovem mais rapidamente em contato com o mundo do trabalho. Por outro lado, tanto a formação como a experiência pedagógica desses professores tendem a ser mais limitada.

Como a expansão dessas redes de ensino é rápida, precisaremos de milhares de novos professores. Que formações, mesmo que de curta duração, podemos proporcionar a esse grupo, de modo a potencializar essa transição? Esta é uma das perguntas que a Ensinar.Pro busca responder.